7.1.10

Durante todo meu percurso de vida me preocupei demasiadamente com o amanhã, em ser feliz no futuro. Não que isso seja errado, mas o ontem sempre faz alguma diferença em nossa vida e não faz sentido ignorá-lo e não tomá-lo como exemplo. O amanhã pode ser igual ao ontem se eu não mudar o modo de enxergar as coisas.

Ás vezes pensar nisso me dá umas estranhas crises nostálgicas, onde eu me questiono como seria minha vida se eu tivesse insistido ou desistido de alguma coisa aí acabo ressuscitando velhos fantasmas e como verdadeira obsessão penso nisso durante dias. A insegurança toma conta de mim. E é fácil perceber qual é o meu problema (e por aqui isso já é assunto manjado). A insatisfação. Eu simplesmente odeio conseguir o que eu quero. Eu escrevo em meus objetivos, a idéia de plenitude e isso é uma coisa inalcançável não existe.

E eu sei que isso não se passa só comigo, a insatisfação é o monstro do armário pra muita gente. Entender o porquê disso é muito complexo. Porque sempre em qualquer ser humano, em qualquer época, falta alguma coisa. E essa falta não deve ser desesperadora, mas sim um incentivo para viajar mais longe, fazer melhor, mesmo que o tão esperado baú de moedas de ouro não esteja no fim do arco-íris. Porque o sentido da vida é ter pé no chão e entender que a tristeza faz parte da felicidade, pois um completa o outro, como a falta está ligada com o todo e o ontem é um esboço do amanhã. Não faz sentido viver como uma eterna sofredora, arrastando as correntes por ai, se lamentando pelo presente, passado e futuro.

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