28.2.11

Heartbreaker Professional



Quem nunca se apaixonou por um cafajeste que atire a primeira pedra, em mim não, neles por favor.
Estava no momento mais 'cabeça oca' da minha vida, mudei de cidade, de escola, de vida. Tudo com o que eu havia me acostumado à anos havia sumido. Sem amigos nem cachorros fiquei em um estado de alta vulnerabilidade emocional. Eis então que um ótimo farejador de presas fáceis, se aproximou e lá estava em minha frente todas as promessas com as quais sempre sonhei: flores, casamento, jantares,viagens, fazenda, amor infinito e etc, o clichê de toda romântica patética, como eu. Me enganar através desses detalhes ordinários não foi uma tarefa árdua, porém por todo diferencial e magnitude devo parabéns a essa criatura que fez isso com tanta esperteza.
Me alimentei durante sete meses com as mais doces ilusões, foi lindo. Veja bem, um dos fatos mais primorosos da nossa relação foi quando fui traída e mesmo com provas ópticas fui convencida de que a culpada era eu. Fantástico, não?! A arte da transferência da culpa fazia milagres, eu ingênua acreditava que fazia tudo errado, tudo o que justificava perfeitamente as suas canalhices.
Hipnotizada (leia-se louca) fui conduzida até a ponte de onde ele me jogou, fui vítima de um homicídio emocional quintuplamente qualificado. Fiquei sem comer, vomitando e com os olhos de zumbi durante alguns dias. Apesar de sempre ter sido emotiva senti que aquela vez havia chegado ao fundo do poço.
Beleza, tudo ok, depois do triste período de desintoxicação consegui me recuperar ao som de:

‘Pintei o meu cabelo, me valorizei
Entrei na academia, eu malhei, malhei
Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado’




Fortalecida e mais esperta, após a longa reflexão que essa música me proporcionou me pus a observar essa criatura, de longe. Percebi que ele nunca ficava solteiro e que os términos dos seus namoricos eram dramáticos, cheios de culpa e de alguém, que não era ele, se humilhando por outrem. Aí entendi toda dinâmica da coisa. Eu conheci e fui vítima de um heartbreaker. Logo, afim de alertar outras futuras vítimas e de documentar essa pesquisa estupenda, a frente explanarei alguns dados coletados após a entorpecência.

A primeira vítima depois de mim foi uma tal de SS. ela era mais velha isso deve ter requerido mais esforços, mas nada que fosse páreo para o Heartbreaker Professional, cheguei a ouvir boatos de que eles estavam morando juntos, quase casando, mas era um truque barato né, querida?! Durou em volta de um ano e quando tudo se findou, ela ficou neurótica/inconformada tentando fazer emboscadas para agarrar o Heartbreaker, em vão né amiga, ele conhece os truques que sempre acabaram em fugas bem sucedidas e risadas maléficas.

A outra S. mais recente era uma pela qual eu até cultivava certa apatia, era novinha, conseguia me ver nela. Cheia de sonhos, com um sorriso de menina, Own pobrezinha tão linda ! Esse relacionamento era melocômico( tão meloso que chegava a ser cômico), nesse tive uma prova bem concreta de como se procedia a enganação. Vi uma conversa do casal, era um misto de contos de fadas da Disney com comédia romântica adolescente, ownn. E como era de se esperar em um belo dia acabaram-se os finais felizes mais uma vez o Heartbreaker usou a transferência de culpa e como pena a pobre vítima teve sua cabeça decepada por uma guilhotina.E finalmente se findou o ultimo caso conhecido do Heartbreaker Professional !

Eu e o Heartbreaker somos amigos hoje ( transcendi toda mágoa que eu tinha dele), ele me conta boa parte das coisas que eu sei e tenta me convencer do quão correto ele está, porém acredito que eu já esteja imune a esse golpe do heartbreker. Ele não me convence mais.
E Lembre-se esse post permanecerá em constante atualização. E você menina desatenta e bonitinha que sonha em encontrar um príncipe encantado, acorde ! A proxima vítima do Hartbreaker Professional pode ser você !

23.2.11

Lua de Mel

Mesmo com nem tudo dando certo eu me sinto feliz. Tenho em minha mão umas das melhores coisas que eu já usufruir, a minha consciência tranqüila. Dias vão, dias vem e eu decidi, não dou mais ousadia. Nem vem, eu sou só minha agora. Eu e minhas vontades dividimos a mesma cama e fizemos um acordo, sofrimento só na próxima encarnação e olhe lá ! Não tem mais essa que podia ser diferente se não foi, nunca poderia ser e aí paciência. Não nego que tenha algumas despesas por sustentar meus caprichos, mas vale a pena. Vale a pena enxergar melhor o amarelo que vem da janela ao acordar, puxar todo ar que cabe em meu pulmão e falar: ufa! Sentindo que só o que pode me puxar pra baixo sou eu mesma e adivinha, hoje eu não tô afim de ficar mal e também não tem essa de ingratidão, cobranças? Quanto mais, melhor auto cobrança trás de volta aquela responsabilidade que eu deixei sozinha na padaria jurando que passava por lá depois. É uma beleza, talvez um dia não seja, mas hoje é, essa lua de mel tem me deixado extasiada, quero mais, mais e mais. Assim vou seguindo, não estranhe se me ver andando por ai de mãos dadas comigo mesma. Um beijo pra minha mãe, pro meu pai e especialmente pra mim.

Meu Dinossauro de Estimação

Recomendaram-me pessoalmente e eu li aquela placa que dizia mantenha distancia, mas a curiosidade e a necessidade fizeram inevitável conhecer e conviver com o único dinossauro legal que eu conheço. Ele é grande, tem aqueles bracinhos pequenos pertinho do corpo e pode ser bravo, muito bravo.
A primeira vez em que a gente se encontrou ele me olhou feio aí me lembrei daquele truque que usava com os meus cachorros, o olhar. O olhar mostra quem é o dominador e o dominado, há eu ia levar essa apesar de que os olhos dele levavam vantagem em tamanho, os meus tinham um propósito e não era assustar! Sentei-me, encarei-o e esperei, em alguns momentos ele começou a demonstrar quem era de verdade, um dinossauro que padecia na brabeza por não haver uma alma se quer para oferecer algum acalento, não titubeie, essa alma caridosa havia de ser eu. E assim começou a labuta, nosso vinculo crescia com as histórias jurássicas intermináveis que ele contava, cheias de moral, moral essa extinta nos dias de hoje. Essa era sua maior revolta e arrancava urros feiosos de vez em quando. Eu queria poder defender minha geração, mas não podia, na maioria das vezes ele estava mesmo certo, não tínhamos mais valores nem mobilidade alguma, éramos uma sociedade sem objetivos, diferente dos tempos jurássicos, onde os jovens dinossauros eram engajados, obstinados e esclarecidos. Hoje não passávamos de marias moles que vivem se escondendo erroneamente atrás de redes sociais.
Por um momento ele quase me convenceu que eu era inútil, meus olhos se encheram de lágrimas, mas não, eu não. Dinos me deixou ver claramente a tênue linha que divide a coerência da loucura, provou como dois mais dois são quatro que tudo demais é sobra, inclusive o radicalismo. Talvez a luta de Dinossauros x marias moles nem tenha vencedores, sejam mesmo os dinossauros, mas ser duro demais e não reconhecer nem os pontos fortes do inimigo só deixa a luta sem graça.
E assim vai se completando a história incompleta do meu dinossauro contador de histórias jurássicas cuja meta de vida é incutir em minha cabeça que a única forma de mudar mundo é a extinção de nós marias moles.

2.2.11

Poisé..

'Então você acaba ligando para quem você não tem vontade, saindo com gente que você não gosta, inventando planos e fazendo atividades sem muito foco, tudo para tentar preencher o vazio. Mas o buraco esta sempre lá, sempre ficando maior, independente de quantas pessoas estão ao seu redor. Independente do quanto você saiba que é bom em alguma coisa e é amado. Você ainda não sabe como fazer o vazio ir embora!'

...

desapegar   v. tr. 1.  Despegar. 2.  Fazer perder a afeição a. v. pron. 3.  Perder a afeição a. 4.  Perder o interesse, o e...