15.4.10

cinza ou dourado ?


Caminhava por uma rua de paralelepípedos duros, enfileirados, frios e sem graça, caminhar por ali era fácil,eu não corria o risco de tropeçar.Encontrava pessoas tão igualmente duas, enfileiradas, frias e sem graça por todo caminho. Até que em um dia bem ensolarado enquanto atravessava a rua cinza me deparei com uma coisa nova, uma nova rua. Essa rua era diferente, tinha tijolos amarelos, quase dourados que me ofuscavam a visão . Olhando com os olhinhos apertados consegui ver, alegres pierrôs, dançantes bailarinas coloridas, árvores de algodão doce e cachorrinhos sem coleiras. PLIM meu coração estrebuchou. Não seria ali que eu deveria estar ?
Sentei em um paralelepípedo desalinhado no meio do caminho arfando de tanta ansiedade, minha pele mal me cabia e minha cabeça rodopiante estava lá, podia ouvir as gargalhadas misturada aos latidos só de imaginar, mas meu corpo inerte permanecia parado em uma pedra, em um caminho de pedras estúpidas e cinzas.
Pensava: “Meu dilema seria fácil ou não existiria se não fosse pelo fato do caminho cinza dar exatamente em um lugar, eu sabia onde era, os que voltavam de lá falavam maravilhas, já o bonitinho caminho amarelinho é uma incógnita pra mim. E se ele não me levar ao paraíso?
Os dias passam parecem séculos e eu aqui sentada afim de saber se minha vã alma é: uma bailarina ou um bloco de concreto.

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