2.8.08



Hoje eu vou contar uma história. A um tempo atrás eu embarquei numa viagem sozinha. Era um barco enorme e totalmente novo pra mim,nunca tinha andado de barco, não sabia que ele balançava tanto, ás vezes lá em cima,ás vezes lá embaixo, logo fiquei enjoada e no meio da viagem não via a hora de voltar pra casa. Andava sozinha com uma tristezinha nos olhos.Haviam muitas pessoas no barco, mas nenhuma parecia se importar com a outra, alguns tentavam fingir mas não conseguiam por muito tempo. Eu observava, tentava me aproximar, mas sempre com o pé atrás, conheci primeiro a tripulante C, ela era uma maravilha, se não fosse o pequeno mal de falar mal de todos os outros tripulantes, ficava vermelha, roxa contando tudo de ruim e depois três segundos virava as costas, abria um sorriso corria e abraçava os outros que ela dizia fazer tão mal. Isso me deixava confusa, por que de quem ela gostava afinal? Sai de fininho e fiquei sozinha de novo, até que duas tripulantes a N e L, chegaram pra mim dizendo que tripulante C tinha mesmo o caráter duvidoso. Começamos a conversar, éramos todas diferentes, cada uma de um lugar querendo chegar a outro lugar, mas ao mesmo tempo éramos tão iguais, completávamos e no meio de solidão juntas nunca estávamos sós. Apeguei-me a elas, vi que não tinha nada, nem ninguém no barco, só a elas. A lista de desprazeres e de confusões na viagem crescia,mas juntas conseguimos reduzir a quase nada. Eu aparecia com cicatrizes que só elas sabiam cuidar,me ensinaram o significado de muitas coisas, viraram a família que eu sempre quis ter. Mesmo as tripulantes N e L sendo bem diferentes, tipo uma era razão e a outra emoção, que nem se gostavam muito se suportaram o tempo todo por saber o quanto eu gostava de cada uma.

Mas por fim o barco atracou e eu podia continuar a viagem, mas decidi voltar pra casa pra me deitar no sofá e lamentar mais confortavelmente, deixei as tripulantes, em meio a gritos e horror, eu as abandonei, e hoje sentada no sofá eu tenho até saudade dos enjôos do balanço do barco,tenho saudade da maneira que as tripulantes meio sem querer chegaram a mim e como juntas conseguimos andar contra a corrente. Fomos felizes, mesmo infelizes juntas éramos sim felizes.

Meu coraçãozinho apertado não pára de pensar nelas, nem um minuto, me sinto um tanto responsável ainda, mesmo longe.Sou tomada por um grande peso e um grande medo, um grande peso na consciência por tê-las deixado e um grande medo de perde-las no tempo.

Levo-as na minha memória pra sempre, podem os ventos estar favoráveis ou contra as velas. Irei sempre lembrar as tripulantes que me ajudaram quando eu entrei de gaiata no navio, definitivamente amizade é um amor que nunca morre.

2 comentários:

nem sei... disse...

Seria mais simples se ñ existissem pessoas como vc (eu ñ morreria de saudades e teria q chorar toda vez q me lembrasse), mas seria mto mais doloroso quando eu chegasse ao fim da minha vida sem ter descoberto o grande valor de ter uma amizade como a sua.

/hannaluara disse...

:'(

...

desapegar   v. tr. 1.  Despegar. 2.  Fazer perder a afeição a. v. pron. 3.  Perder a afeição a. 4.  Perder o interesse, o e...